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Portátil vs desktop

Afinal, serão os portáteis já tão poderosos quanto os desktop? Como se comportam as versões móveis dos processadores e das placas gráficas comparativamente às versões desktop? As respostas neste tira-teimas

Os portáteis têm vindo a roubar o lugar aos desktop. Os números demonstram que esta tendência está a acontecer mesmo em segmentos de mercado que valorizam especialmente o desempenho, como é o caso dos gamers e dos profissionais das artes gráficas e do 3D. Na verdade, já existem portáteis com componentes de altíssimo desempenho. Mas será que ainda há uma diferença de desempenho entre os portáteis e os desktop? Até que ponto uma placa gráfica GeForce GTX e um processador Core i7 para PCs de secretária são mais rápidos que as versões equivalentes para PCs portáteis? Uma dúvida frequente entre os nossos leitores, que agora esclarecemos com recurso a testes comparativos. O Core i7 é o nome da família de processadores de alto desempenho da Intel. Há versões móveis e versões para desktop

 
Mais compactos e menos quentes

Os processadores desenvolvidos para portáteis têm, necessariamente, que levar em consideração as limitações de espaço e de consumo energético deste tipo de máquinas. Características que, aliás, estão intimamente ligadas porque, para o mesmo processo de fabrico (tecnologia usada na produção dos chips), o aumento da frequência conduz a um maior consumo energético que, por sua vez, leva a uma maior emissão térmica. De um outro modo, se compararmos dois processadores idênticos, a versão para desktop poderá funcionar a frequências superiores porque, naturalmente, num PC de secretária há mais espaço para dissipadores de calor maiores (aquelas radiadores que normalmente têm ventoinhas acopladas) e para fontes de alimentação mais potentes. Felizmente, a tecnologia tem evoluído muito de modo a compensar, pelo menos em parte, estas limitações. A redução do tamanho dos transístores tem sido, neste campo, a evolução tecnológica mais importante porque permite diminuir muito o consumo energético e o calor produzido. É, sobretudo, por isto que tem havido uma aproximação entre o desempenho dos componentes criados para portáteis e os componentes criados para desktop.

Os processadores

Há diferenças assinaláveis entre os processadores da Intel para portáteis e para PCs de secretária, mesmo quando as denominações são muito semelhantes. A diferença mais impactante é o número de núcleos. Enquanto todos os Core i5 atuais para PCs de secretária têm quatro núcleos, a grande maioria das versões móveis apenas têm dois. Mesmo boa parte dos Core i7 móveis ficam-se pelos dois núcleos. Só esta característica diminui para metade a capacidade de processamento máxima quando se compara dois chips com a mesma frequência. O que significa que uma comparação entre um Core i5 para portáteis com dois núcleos e um Core i5 desktop não é justa – nos testes apresentados foram apenas usados processadores de quatro núcleos.

Se ignorarmos as denominações dos modelos e analisarmos apenas o desempenho entre chips com características técnicas semelhantes, o desempenho entre as versões móveis e as versões desktop é muito próximo. Veja-se o caso dos Core i5. Se compararmos o Core i5-6440HQ (móvel) com o Core i5 para desktop de frequência mais próxima (o i5-6500) então a diferença é relativamente reduzida – a versão desktop tem apenas mais 5% de desempenho no CineBench. Isto acontece porque apesar da frequência base do i5-6500 ser bem superior, a frequência turbo deste chip é inferior à frequência turbo do i5-6440. Confuso? É natural. Passamos a explicar: neste caso a versão móvel é capaz de atingir frequências superiores em determinadas condições. O problema é que basta o computador aquecer para a frequência turbo baixar, o que aumenta a diferença – após uma hora de testes em ciclo constante, o acréscimo de desempenho da versão desktop passou para 11%.

Não menos importante, a diferença aumenta muito se analisarmos os topos de gama já que, neste segmento são usadas frequências superiores, a que, pelas razões já descritas, os processadores móveis não chegam. Veja-se a diferença entre o melhor Core i7 para desktop e o melhor Core i7 para portáteis: quase 40%!

Nos PCs de secretária há muito mais espaço e menos restrições de energia, o que permite que as placas gráficas tenham processadores mais poderosos

 
Placas gráficas

A diferença de desempenho entre o desktop e o portátil aumenta quando analisamos especificamente a componente gráfica, aquela que mais interessa aos jogadores. Entre as topo de gama da Nvidia, a diferença é superior a 40%. E, na realidade, a diferença pode facilmente ser maior porque nos desktop é possível juntar duas ou mais placas gráficas, o que não se pode fazer num portátil. Ou seja, para os jogadores mais exigentes, os portáteis não são (ainda) uma opção real.

Mesmo num segmento mais intermédio a diferença é muito elevada. É o caso da comparação entre os processadores gráficos GeForce GTX 960, onde a versão desktop é quase 60% mais veloz no teste efetuado que a versão móvel. Também experimentámos alguns jogos, onde a diferença é ainda mais notória. Na realidade, em termos de desempenho, um processador gráfico de topo num PC portátil tem apenas um desempenho equivalente a uma placa gráfica da gama média de um PC desktop.

 

 

Conclusão

Em termos de desempenho puro, o desktop é rei. Mais ainda do que os benchmarks demonstram porque estes testes foram concentrados apenas na capacidade dos componentes processador geral (CPU) e processador gráfico (GPU). Apesar de estes elementos serem o que mais influem o desempenho global, no desktop é possível utilizar, por exemplo, unidades de armazenamento e módulos de memória mais rápidos.

Esta capacidade extra dos PCs de secretária é sobretudo importante para os jogadores, porque é na componente gráfica que encontramos as maiores diferenças de desempenho.